Estimados Companheiros: Desejamos compartilhar com vocês hoje, os conselhos do profeta moderno. Estes comentários foram feitos pelo Presidente Kimball, quando membro do Conselho dos Doze, durante a sua visita às missões da América do Sul em meados de 1967. Eles foram feitos antes que o irmão Kimball entrevistasse os missionários em uma das missões. Convidamos a todos que lerem esta mensagem, que ponderem longa e profundamente sobre seu conselho. Nenhum homem na terra poderia ter dito tudo isso com maior clareza, ternura e bondade. Ninguém entende melhor do que ele. Suas palavras aplicam-se tanto ao Presidente de Missão como aos missionários. Gravemos todos essa mensagem em nossa alma. Certamente não pode haver dúvida quanto ao destino ou assunto desta mensagem. É algo sobremaneira sagrado para cada um de nós. "Gostaria de, se houver problemas na missão, que me esclareçam à respeito para que eu possa ajudar o seu presidente e vocês. Se houver situações difíceis, se houver problemas desconhecidos, deixem-me darlhes um exemplo: Em uma das missões, encontrei condições nada boas. Um ou dois missionários estiveram desobedecendo as regras da missão (como foi dito pelo Presidente esta manhã). Começaram a quebrar algumas regras - tudo a que faziam era ir para uma determinada casa todas as noites de domingo, para jantar. O Presidente nada sabia à respeito. Não era coisa muito séria, eles deveriam estar em casa, estudando - mas já era um hábito a cada semana. Depois de algum tempo esses missionários estavam convidando outros e logo alguns deles até dançavam no domingo à noite. E então alguns deles começaram a flertar um pouco e alguns deles passaram a jogar cartas ali todos os domingos à noite. E logo estavam dançando, no escuro, com algumas das filhas dos Santos. A próxima coisa que viemos a descobrir é que houve uma excomunhão. Fui até lá e as coisas foram esclarecidas. Descobri, que na realidade, só houve um rapaz que chegou ao extremo em que precisou ser excomungado; mais havia cerca de 18 missionários nessa área que quase o seguiram como cordeirinhos rumo ao desfiladeiro. Não pretendiam fazer nada de errado, mas haviam, de certa forma, seguido a liderança. Foram lá por causa das refeições, mas começaram alertar um pouco - não muito, mas o fato é que haviam 18 missionários que sabiam que aquele rapaz fora longe demais. Sabiam que ele estava entregando-se a carícias e intimidade, mas nenhum deles dizia coisa alguma. Quando os entrevistei e visitei, disse: Por que não contaram ao Presidente que as condições eram tão ruins? Um deles respondeu: Bem, não era da minha conta! Esse Élder pode fazer o que quiser! Se ele quiser arruinar a sua vida, isto é com ele, é a vida dele! Então eu disse a esse élder: Bem, e sua missão? Esta também não é sua missão? Esta também não é a sua Igreja? Querem que uma pessoa cause mais danos do que você possa reparar? Desejam que algum missionário anule tudo que vocês fizeram aqui? Você (dirigindo-se a um dos missionários), despendeu 20 meses aqui, élder, e tem trabalhado arduamente, de modo habitual, e, por vezes, realizado uma obra notável. Será que deseja que um escândalo - um escândalo aqui neutralize tudo o que já fez? Todos os seus esforços? É isto o que acontece! Será que deseja fazer isso? E ele respondeu: Bem, eu não havia pensado nisso sob esse aspecto. Mas foi isso que acontecia, não é, élder? Esta é sua missão! Esta é sua Igreja! Um escândalo numa comunidade é o suficiente para aniquilar o trabalho de todos vocês, talvez todo o trabalho que tem feito durante seus dois anos inteiros - neutralizado por um escândalo na comunidade! Acha que são leais? Onde está sua lealdade? São leais para consigo mesmos? São leais para com seus companheiros? Querem deixar que ele prossiga, e vá continuando até quebrar o pescoço? Foi muito triste o dia da excomunhão, pois o missionário era um ótimo rapaz, e todos os outros Ihe queriam muito bem; alguns até choraram. Lembro-me bem. Alguns derramaram lágrimas! Seu irmão estava sendo excomungado e enviado para casa desonrosamente. Eu lhes disse na ocasião: Élderes, sabem quem excomungou este rapaz? Não fui eu, nem o seu Presidente, nem o tribunal de élderes. Foram vocês! Como? Bem, se vocês tivessem ido até ele ao vê-lo desobedecer às regras da missão e lhe dissessem: Élder, não vamos fazer isso! Atrapalha todo nosso programa.

Todos nós perdemos a espiritualidade quando acontecem coisas assim. Suponhamos que ele não lhes prestasse atenção, e vocês lhe dissessem novamente: Élder, você não deve fazer isso! Não podemos fazer esse tipo de coisas! E suponhamos que você tenha de ir pela terceira vez, e dizer: Élder, sinto muito, mas se você não desistir, vou relatar ao Presidente, para que ele possa proteger o programa todo, se você não desistir! Como vêem, nada há de errado nessa atitude, não é? É assim que deve ser, pois nossa primeira lealdade é para com o Senhor, para com a Igreja, para com a missão, para com o mundo, não é? Um outro pequeno incidente que se relaciona com o assunto: Em uma das missões nos Estados Unidos, uma vizinha veio, certo dia, à casa de um membro novo. Essa vizinha não era membro da Igreja, mas veio, e estava acostumada a entrar sem bater, sabem como é, ela nem sempre batia! Assim, neste dia ela entrou na casa e viu sua amiga, a irmã SUD, sentada em uma cadeira e um Élder a seus pés - isto irá chocá-los - cortando a unha de seus pés, ou pintando-as - ou algo assim! Bem, isto não é um pecado imperdoável, mas foi imprudente, não foi? Mesmo que nada mais houvesse acontecido, apenas o fato de que ele estava sentado no chão e sem gravata e paletó, e de que havia uma mulher parcialmente vestida, e de que ele estava pintando suas unhas dos pés ou algo assim. De qualquer forma aquela cidade ficou fechada para a pregação do evangelho durante 20 anos! Acham que os missionários poderiam ir àquela cidade? Ora, é claro que não haviam cometido pecado, pelo menos, estou certo de que ele nunca cometeu imoralidade. Creio que nada mais foi do que uma horrível imprudência. Foi suficientemente grave, não foi? E foi esse resultado que ela levou. É por isso que digo que esta missão lhes pertence. Se qualquer coisa estiver acontecendo em alguma parte desta missão, ela ficará como se tivesse recebido um soco no olho. Isto fará que seja mais difícil para introduzirmos missionários. Fará com que qualquer coisa se torne mais difícil! E tornar-se-á mais difícil para entrarem nos lares, quando as pessoas já tiverem ouvido coisas feias à respeito da Igreja. É por isso que os élderes não estão por si só. Nenhum pode ser solitário. Ele precisa enquadrar-se no programa, não é? E cada um de vocês está interessado. Cada um! E vocês não podem permitir que seu companheiro, ou quem quer que seja que conheçam, faça alguma coisa muito séria, por que isto trará problemas tanto para vocês como para o programa todo. Bem, pensem um pouco no assunto, pois algumas pessoas dizem: não vou ser um espião! Não serei caguete! Não vou ficar falando dos outros! Mas a questão não é essa. É simplesmente informar, da mesma forma que faria se visse dois ladrões entrando na casa de seu vizinho! Não! Nós realmente nos envolvemos! Nós correríamos para o telefone, e chamaríamos a polícia! Qualquer que fosse o caso, não é? Se víssemos alguém machucado ou morto - como em Nova Iorque, há algum tempo atrás, uma garota foi apunhalada e toda retalhada por um maníaco, e muitas pessoas viram o incidente e nada fizeram! Ela gritou pedindo socorro, implorando ajuda e disse: Ele está me matando! mas ninguém se moveu. Nem ao menos chamaram a polícia e lá ticou estendida, finalmente morta na rua! Ninguém quis envolver-se. É hora de começarmos a nos envolver, quando o envolvimento é apropriado. E, quando algum missionário começa a desobedecer às regras, é hora em que todos os companheiros devem envolver-se. Isto não quer dizer que devem tomar rédeas. Não significa que devem tornar-se vilões e maldosos. Quer dizer simplesmente que devem estar interessados e envolvidos. Existe uma forma agradável de fazê-lo. Digo-lhes que não haveriam muitas regras quebradas, se um missionário simplesmente dissesse ao outro: Irmão, não vamos fazer isso. Não vamos ficar aqui falando com essas garotas. Isto não é bom!! E se o detivermos quando estiver começando - quando estiver no início, vocês poderão pará-lo. Mas quando ficamos com medo, esse pecado é difícil de ser evitado. E muitas vezes temos que enviar missionários de volta para casa, para sua família, desonrosamente, com freqüência excomungado, porque talvez seus companheiros não o amaram o bastante. Talvez seu companheiro não o tenha ajudado o suficiente dizendo: Olhe, rapaz, você está desviando-se um pouco da linha aqui. Não vamos fazer isso! Vamo-nos ocupar fazendo isso, isto e isto. Este é um programa e estamos todos interessados nele. As regras são muito importantes. Temos 137 anos de experiência no assunto. Cremos que esta experiência deve ser o suficiente para prover alguma coisa, não é? Depois de 137 anos, chegamos à conclusão de que, se duas pessoas permanecem juntas, as oportunidades de pecados ou de problema sério se reduzem, cerca de 98 por cento. Raramente dois companheiros pecarão ao mesmo tempo, mas isto não é comum.

Se os missionários pelo menos, quando saem de Lago Salgado, da casa da Missão no dia em que são designados - se pelo menos trancassem seu coração! Se já tiveram uma garota no seu interior, tudo bem, mas que lá trancassem. Mas, se não tiverem uma já no seu íntimo, tranquem-no contra qualquer outra, qualquer que seja ela! E o mesmo se aplica às moças também. Estou, falando principalmente com vocês, élderes. Tranquem o seu coração e deixem a chave em casa. E nunca abram aqui! É impossível apaixonarse por alguém, a menos que abrem seu coração! Seu coração é o único órgão que tem a capacidade de apaixonar-se, o quando um missionário, diz: Acabo de apaixonar-me por uma garota, isto é uma coisa extremamente tola! Ninguém se apaixona, a menos que queira fazê-lo. A menos que esteja tentando fazê-lo. Ninguém o consegue! Ninguém jamais o conseguiu! Assim, não nos apaixonamos simplesmente, sem que estejamos facilitando. Jamais caímos numa cratera, a menos que cheguemos à beira. Já estive no Vesúvio e em várias outras crateras, e vulcões, e sei que nunca se cai em uma cratera, a menos que estejamos bem na beira. Assim, mantenha seu coração trancado. Eu disse tranquem-no quando saírem de Lago Salgado, da casa da missão e não pensem mais no assunto. Mas, se saírem por aí, dizendo: Bem, ela é uma garota bonitinha! É, certamente é uma coisinha fofa! Ela é uma ótima menina! Gostaria de conversar com ela - só ter uma conversinha!! Bem, se o fizerem, estarão procurando problemas, e isto poderá trazer-lhe uma vida inteira de aborrecimentos, uma vida de pesares, se continuarem a fazê-lo. Assim, quero acentuar novamente! Tranquem seu coração e deixem a chave em casa! Onde quer que morarem, deixem a chave com seus pais. E seu coração é somente a parte que se relaciona com as pessoas em geral que deve ser aberta. Nós simplesmente não poderemos tolerá-lo, não é? Não podemos individualmente e não podemos totalmente. Alguém disse: Bem, mas haverá algum mal em casar-se com uma garota mexicana, se você estiver trabalhando no México? Não, isto não é um crime, mas prova que algum missionário abriu seu coração! Ele o destrancou. Será errado casar com uma garota alemã, quando se fez missão na Alemanha'? É claro que não, não existe crime nisto, se vocês a tiverem conhecido de alguma outra maneira. Mas, quando a conheceram no campo missionário e já tiveram aberto seu coração, digo-lhes que não é certo! E terão depreciado sua missão. Simplesmente mantenha seu coração trancado! Todo o seu pensamento deve estar voltando para a obra missionária. Como posso tomar o assunto mais direto e importante? Gostaria de fazê-lo, porque não existe razão alguma para que alguns missionários se envolvam, nem mesmo de modo decente, com garota no campo missionário. Esse não é o lugar. Vocês garantiram, deram sua palavra. Vocês passaram pelo templo! Lembram-se do que fizeram no templo? Lembre-se que prometeram que fariam tudo o que os irmãos Ihes requeressem, para viverem os mandamentos: Este é um dos mandamentos quando entram no campo missionário - Não flertarás! Não associarás com garotas no campo missionário, nem com qualquer outra pessoa no campo missionário, nem com qualquer outro tipo de relação que não seja o de proselitismo. Vocês prometeram e não gostariam de quebrar uma promessa feita diante do Senhor em seu Santo Templo. E quando vocês escreveram sua carta (de aceitação) ao Presidente McKay, esta promessa estava ali implícita. Saibam todo o missionário a sabe - que ele não vai namorar que não vai encontrar uma esposa! Ele terá bastante oportunidade quando voltar para casa, e o campo missionário não é lugar para isso. Encontramos, às vezes, um rapaz que em casa não era muito popular, era meio fechado enquanto morava com a família e não teve muitas namoradas. Assim quando o missionário vem para o campo e alguém o bajula - alguma garota que demonstra muito interesse por ele, ele fica todo cheio de si. Pensa, imediatamente: É com essa que me devo casar! Bem, digo-Ihes mais uma vez, com repetição e para acentuar: tranquem seu coração em casa e, se não o fizeram, façam-no agora e enviem a sua chave de volta! Não permitam nenhum desvio, nenhum pensamento ou Romantismo em sua mente. Durante dois anos, vocês se deram ao Senhor, totalmente, para ensinar o evangelho ao mundo. Quando houverem feito isso perfeitamente durante dois anos e forem para casa, serão intimamente mais atraentes, mais capazes, mais dignos, mais amadurecidos para tomarem essas decisões importantes para sua vida no que se refere a pessoa que passará a eternidade com vocês. Bem, eu não queria ficar somente neste assunto, mas o fiz, e espero não ter sido ofensivo a ninguém ao falar sobre isso. Mas, espero que tenham captado o espírito do que falei. E, se caso souberem de algum problema que esteja à vista, problemas que estejam começando a surgir e se desenvolver, algum missionário que esteja saindo da trilha, algum grupo que esteja se tornando um pouco descuidado quanto às regras da missão, falem-lhes de modo bondoso e gentil. Se eles persistirem, então sua lealdade exigirá que façam algo mais. 'Que Deus os abençoe, missionários, e espero conversar um pouco com vocês mais tarde. "